terça-feira, 9 de junho de 2009

Tradução Texto em Espanhol.


IV – Schleiermacher y La Teologia latinoamericana.

Tradução:

Schleiermacher e a Teologia Latino-Americana.

Em um trabalho anterior busquei demonstrar que, mesmo que se possa defender uma continuidade genética ou direta entre Schleiermacher e a teologia latino-americana, supõe-se possível uma afinidade temática de estilo entre o teólogo de Berlin e a teologia da libertação mais tardia, sobretudo na passagem, cada vez mais nítida, de um método baseado na filosofia da práxis frente a uma crescente ênfase sobre a experiência religiosa. Assim como para Schleiermacher a religião não é moralidade, e assim como a moralidade não é uma mediação que conduz a religião (como em Kant), também a teologia latino-americana se persuadiu, cada vez mais, quiçá com certo atraso, com a práxis pensada como mera “eficácia”, pensada em sua autonomia “secular” diante de sua “origem” religiosa, é um mau começo. A religião não pode ser pensada como origem de outra coisa que depois se move independente; Não é a mera “motivação” de atuar de atuar no mundo, sina fundamental abaixo das condições próprias de “companhia” e de “acompanhamento”: “Toda a atuação autentica deve e pode ser moral; sem embargo, os sentimentos devem acompanhar, como uma música sacra, todo o agir do homem, o homem deve fazer tudo com religião, e nada a partir da religião”. O predomínio das analises sociológicas, cientificas e instrumentais e, por conseqüência, o mesmo método da teologia da libertação, bloquearam uma possível construção de Schleiermacher como um pensador da religião. À isso aliou-se, em círculos protestantes, o desprezo neo-ortodoxo pela categoria do religioso, ; e em círculos católico-romanos, a necessidade de abraçar o secular de todas as maneiras possíveis face ao Concilio Vaticano II. A idéia “Schleiermacheriana” de que “a religião em que o universo está intuído, é posto como algo que atua originalmente sobre o homem” não harmoniza bem com o horror da “dependência” do continente diagnosticado pelos teóricos das ciências sociais, entre eles o presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. Como poderia o teólogo da “dependência radical” ter alguma mensagem para um continente ansioso de liberdade? O mais fácil a se fazer seria condenar os retóricos antigos: metabasis eis allon genos, tratando de condenar o sentimento da dependência de Schleiermacher, que de maneira alguma anula o compromisso ético, com um conceito entediado de religião, na melhor das hipóteses, a aprtir do registro hegeliano-marxista da história da liberdade – entendida como um registro bastante distinto de uma filosofia ou teologia da história.
Não se trata de desculpar inteiramente Schleiermacher; mas ser, sobretudo na juventude e companhia de toda uma geração, um herdeiro de Spinoza quem, segundo Hegel, não pode pensar o Absoluto como “sujeito” somente como “substancia”. Para Hegel, como para nós todos da América latina, a questão do dia era – e, todavia é: Pode a religião ser pensada como uma atividade livre do gênero humano? Esta sim é a questão que se preocupa Hegel, autor do “O espírito do cristianismo e seu destino”. Para Schleiermacher a idéia de religião não pode apriori ser circunscrita abaixo da categoria de atividade e da liberdade. O que assinala a peculiaridade da religião é o fato que ela difere da atividade artística, moral e cognitiva. A religião é determinada primordialmente por quanto a receptividade inclui a passividade. A religião está sempre cheia de humanidade e este é o contraponto ao phatos da atividade: “Em contraste com esse idealismo otimista e autoconsciente de seu tempo, da qual também se participa e ao qual se afirma (...),Schleiermacher defende algo bem distinto. Ou seja, uma tranqüila humanidade e submissão com relação a tudo, que abraça e suporta as coisas do mundo, assim como abarca todos nós...”
Sem embargo, em minha opinião, parece ser um ponto favorável a Schleiermacher o fato que a religião que encontra o “sentimento e gosto pelo infinito” não é algo que possa isolar concretamente da vida ativa e livre, exceto para fins de analise, A idéia moderna de que havia uma esfera privada do religioso, progressivamente diferenciado do resto da vida, não é uma idéia do filósofo e teólogo de Berlim, mas sim é um diagnóstico da sociologia moderna. E a questão que se coloca aos teólogos latino-americanos desde algum tempo é: Este diagnóstico é válido no geral, sobretudo na América latina, onde a religião se revela de novo no cenário público, se é que alguma vez havia se perdido? Me parece que a pergunta cobra mais interesse do que a realidade merece. Sem embargo, qualquer que seja a resposta, o entendimento expõe que a religião persiste ou desaparece no nível público, antes das formas tradicionais de originais de religião Schleiermacher segue colocando um desafio a todos nós.

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