sexta-feira, 19 de junho de 2009

A religião cristã: um desafio à racionalidade.


O capítulo 7 tem como título: A religião cristã: um desafio à racionalidade. Este capítulo aborda um problema que surge diante de dois pressupostos, a verdade filosófica e a verdade cristã, e a partir daí percebe-se um grande problema porque há contradições entre si.
Husserl apresenta uma filosofia associada à ciência ao se caracterizar pela busca da verdade pela verdade. Já Santo Agostinho relata que a realidade do espírito filosófico denomina-se a “verdadeira filosofia”, a de Jesus Cristo.
Há uma relação ambígua entre ambas, pois, de um lado, a busca da verdade e felicidade e, de outro, a fé religiosa. A filosofia diante dos seus pressupostos visa emergir ideais sobre o cristianismo e sua crença.
Questiona o Cristo ressurreto. “Este” é realmente “a verdade”. Ora, por si mesma, a filosofia, por mais que busque a verdade, não tem como fim a verdade que Jesus Cristo revela. Nos termos da fé, esta vem irromper no horizonte aberto da filosofia.
O que é o Deus da religião? Para isso há então reflexões distintas de filósofos, como: Heidegger que nomeia algumas expressões religiosas como rezar, oferecer sacrifício, cantar e dançar. E, Freud que refere-se a “Deus” destacando à religião a seus ritos e suas crenças. A questão a que os maiores filósofos da modernidade tentam dar uma resposta é a de saber se a verdade de Jesus Cristo pode reduzir-se à verdade da razão filosófica.
Uma suposição difícil de compreender, afinal, Cristo é o “caminho, a verdade e a vida”… Como então ser somente filosófico e não divino? Mas a figura de Jesus Cristo e a do Cristo da religião fascinaram e intrigaram muitos filósofos. Muitos deles até se converteram. Questionam? Sim. Mas, reconhecem Jesus Cristo como uma grande figura espiritual, misteriosa por sua simples pureza.
Ainda tentando definir a religião, Gotthold Lessing aceita a revelação divina como fonte da religião. A revelação é a educação que, pouco a pouco, Deus transmitiu à humanidade para que esta chegasse à idéia do Deus único. Já Kant propõe estudar objetivamente a religião do ponto de vista exclusivo da razão, subentendendo a exclusão do ponto de vista de quem crê numa revelação divina ou na autoridade de uma tradição antiga.
Neste capítulo, o autor pretende tomar a filosofia como testemunha privilegiada da racionalidade moderna e assim, quer transmitir a nós, de que maneira a filosofia, especificada como obra pura da razão, pode compreender uma religião que se vale de Jesus Cristo, homem-Deus, mediador enviado por Deus.
A racionalidade apresenta duas linhas de interpretação: primeiro, a idéia bíblica do Deus único e pessoal, reconhece-se a Jesus com a função de ter ensinado a verdade sobre o divino. E, segundo Jesus Cristo como o mestre e a testemunha da moralidade mais espiritual.



VERGOTE, Antoine. Modernidade e cristianismo. Interrogações e críticas recíprocas. São Paulo: Loyola, 2002.

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