quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O SENHOR DOS EXERCITOS PARTE FINAL


Agora, deste círculo profético, tendo também se apropriado da expressão tuabc hwUhyi, ensina nos diversos contextos de uso que Deus não só comanda exércitos mas visa também sua habitação com os homens "ainda não chegou o tempo de reconstruir a casa do SENHOR" Ag.1:2. Observa a vida comum do seu povo, "vejam aonde os seus caminhos os levaram.Vocês têm plantado muito e colhido pouco. Comem mas não se fartam. Bebem, mas não satisfazem..." (1:5). Quer que o povo trabalhe corajosamente porque Ele, o SENHOR, está com eles, seu povo, (Ag.2:4,5). Neste passo Ele mostra que o Deus, SENHOR dos exércitos, que comanda as tropas e os batalhões, é também o Deus da aliança. Ele comanda os poderes da natureza e dirige tudo para a Sua glória, (Ag.2:6-9),"...Dentro em pouco tempo farei tremer o céu, a terra, o mar e o continente". Lidera os exércitos, a riqueza das nações (Ag. 2:6-9), o "exército" de sacerdotes, (Ag. 2:10-18), lidera tronos e destrona reis (Ag.2:20-23).

Zacarias usa também a expressão "tuabc hUWhY i" em contextos específicos que nos leva a entender que a usava com um sentido novo e muito mais amplo. Na chamada ao arrependimento, Zc. 1:3; 1:4; na penalidade aplicada ao seu povo, Zc. 1:6; na penalidade aplicada outros povos, Zc 1:14,15; na reivindicação de sua presença, Zc.2:9; na confirmação de seu senhorio sobre os exércitos, mas também sobre suas próprias leis, Zc. 3:6; na promessa de perdão, Zc.3:9; na antecipação da convivência harmoniosa e prazerosa, Zc.3:10; na restauração da confiança, Zc.4:6("não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito"); na reconstrução do templo do SENHOR, Zc. 6:12; na demonstração do conhecimento da vida privada do seu povo, Zc. 7:4;8-9; na exigência da retidão do povo, que precisa fazer o bem, Zc.7:10; na comunicação da alegria que terá a cidade de Jerusalém, Zc.8:4-5; na purificação do seu povo, eliminando ídolos remanescentes, Zc.13:1-2; na proclamação de sua majestade como rei e de sua santidade como Deus, respeito e adoração, Zc.14:16-19.

Malaquias, o último profeta escritor do cânon sagrado, também utiliza aquela expressão de modo mais amplo, mas dentro da compreensão do círculo profético do pós-exílio. Para ele Deus quer que zelam pelo seu nome, Ml. 1:6; no cuidado com o tipo de oferta ao Senhor, Ml.1:8; no alerta que faz por conhecer o coração do homem, Ml.2:1-2; na condução de vida privada, Ml.2:14-16; nos contextos também da ação social, Ml.3:5 na comunhão restaurada com o Senhor, Ml.3:6; na honestidade concerne aos bens materiais, Ml.3:8-11; na rememoração das bênçãos como fruto da fidelidade individual, Ml.3:11,12; na convicção de que o povo de Deus é especial porque feito pelas mãos do Deus que faz, Ml.3:17-18; nas promessas de sua vinda e da restauração final, Ml. 4:1-5.Conclusão:

Podemos inferir do contexto vivencial, da incidência de uso e dos contextos onde a expressão apareceu nos escritos de Ageu, Zacarias e Malaquias, que a compreensão que eles tiveram do SENHOR, Deus dos exércitos, fundamentada na reflexão profunda sobre os acontecimentos da época, foi a de que Deus não é tão somente Comandante dos Exércitos, mas Senhor da vida em todas as suas peculiaridades e detalhes. A expressão, portanto, na compreensão deles e no uso que dela fizeram, toma um sentido novo, alcançando uma amplitude inalcançada até então. Este entendimento teontológico e novo na reflexão teológica deles os levou a empregá-la nos mais diversos contextos, o que nos leva a pensar na profundidade da reflexão teológica pós-exílica e nas suas implicações éticas hoje. Pois, eles nos ensinam pelo contexto de uso da expressão que o Senhor é soberano sobre os exércitos da terra, do céu, e do coração do homem que se diz submisso a Ele. Nada, nenhum acontecimento da vida do crente, está fora do alcance da soberania do SENHOR dos exércitos. É mais fácil vencer um exército do que ganhar o coração de um homem. É, exatamente aí que o Senhor também domina e rege.

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