quarta-feira, 23 de junho de 2010

O evangelho a 1,99


Você se lembra que há cerca de dez anos, começaram a surgir aquelas lojas que de uma maneira bem atraente ofereciam “tudo” ao preço de R$ 1,99. Elas de uma maneira espantosa viraram uma febre em todo o Brasil, por oferecer toda sorte de produtos baratos, embora de qualidade duvidosa. Mas bem antes disso, lá por meados do século passado, um teólogo chamado Dietrich Bonhoeffer mencionou que muitos abraçam uma graça barata, descompromissada e que não requer nenhuma transformação interna e radical de vida.
Em nossas instituições religiosas há uma versão moderna de graça barata que é muito mais sofisticada e cheia de requintes, mas também oferece um evangelho sem a necessidade de transformação radical de vida.
Esta liberado os vícios como o uso de cigarros, bebidas alcoólicas e jogos em casas lotéricas. Golpes na praça devendo lojas, mercados sem falar dos relacionamentos extraconjugais. São lideres religiosos com uma ética sem moral e uma moral sem ética. Ética vem da palavra grega ETHOS e moral do latim MOS e ambas referem-se a costumes, práticas e outras formas de atuar que estão sendo distorcidas do evangelho de Jesus Cristo.
Por algumas igrejas que tenho passado como colaborador da missão divina tenho visto que a graça barata é caracterizada por uma religiosidade sem princípios e compromissos éticos. Ela tem uma concepção animista de um mundo denominado por forças ocultas e malignas que vivem em eterno conflito contra as forças do bem. É caracterizada por uma teologia da prosperidade e por negociatas com Deus. São perfeitos cara de pau, sem um pingo de vergonha na cara que fariam os vendedores de indulgências morrer de vergonha.
Essa graça barata é como aquelas quinquilharias vendida por aí por R$ 1,99 que não custa muito, mas também não vale nada, pois é uma graça que focaliza apenas o interesse do fiel em querer mais de Deus e dar menos de si a ele. É barata em termos espirituais, mas cara em termos materiais, pois massageando o ego das pessoas tem o retorno que sai dos seus bolsos.
Infelizmente, muita gente que bem intencionadas cai nesse “conto do teólogo e pastor”, acreditando que está entregando a sua alma a Jesus, mas na realidade está se escravizando em uma espécie de fidelização de uma moda de fé que não leva a lugar nenhum. E muitas igrejas históricas e seus pastores demonstram estar em desespero vendo esses grupos crescerem e seus bancos focarem vazios, e assim, acabam sendo tentados a baratear o evangelho arreganhando a porta do céu, aquela que é estreita.
Como está escrito no livro “Os caçadores de Deus” de Tommy Tenney é que não há Pão na Casa do Pão há apenas migalhas no chão e prateleiras vazias.
O que eu tenho visto por muitas igrejas que visito é que Tommy Tenney está certo, pois as pessoas têm vindo á Casa do Pão, freqüentemente, apenas para descobrir que existe muito de homens e pouco de Deus nas igrejas. São pastores/as fabricados/as em uma instituição de discurso cheios de retórica com muita gente falando e não realizando nada! Com um discurso político para agradar a muitos sendo que, o seu interesse realmente está em fazer parte na partilha do bolo. Falam mal da instituição, mas são ovelhas engordando a custa da mesma.
Põem a mão na consciência seus pastores/as irresponsáveis, pois cada vez mais falamos sobre a glória de Deus cobrindo a terra, mas como ela vai fluir pelas ruas de nossas cidades, se não pode nem mesmo fluir pelos corredores de nossas igrejas.
Chega! Basta! Querem se corromper que o faça e sofras as conseqüências depois, mas não sejam levianos com as ovelhas de Cristo, pois não quero estar na sua pele quando o Juiz divino lhe pesar e lhe achar em falta na balança da verdade.
Como diz o capitão Nascimento no filme Tropa de Elite: Pede pra sair, pois as nossas igrejas não precisam de vocês seu sangue sugas da fé.
Pr. Antonio Luis Garcia França