quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Resumo do Llivro: Teologia do Novo Testamento



Leon Morris; Edições Vida Nova; 2003.


INTRODUÇÃO


Com mais exatidão, pode dizer que teologia é o que se pensa sobre Deus. Se levarmos o termo “Novo Testamento” a sério, resistiremos á tentação de descartar passagens que consideramos de importância inferior ou até não autênticos.
Os escritores do Novo Testamento escreviam para responder ás necessidades das igrejas do sue tempo como eles as entendiam.
Se levarmos a sério à idéia de que Deus guia a sua igreja, temos de ver nisso um indício de estes são os livros que ele quer que seu povo tenha. Não devemos ter o cânon como uma organização arbitrária feita por alguns bispos e teólogos.
Os evangelhos não foram escritos para nos fornecer uma história da vida e da época de Jesus de Nazaré. Eles nos contam o que é importante para a nossa salvação. Têm-se de insistir numa história exata antes de poder falar de teologia, estamos realmente em má situação.

PRIMEIRA PARTE
OS ESCRITOS DE PAULO
Paulo era totalmente cristão, mas também totalmente judeu, e seus escritos não farão sentido para nós se não tivermos isso em mente.
Em todos os seus escritos ele faz constantes referências ás Escrituras dos judeus, e está claro que até o fim dos seus dias ele prezava muito o fato de Deus ter dado tal tesouro ao seu povo.
A teologia de Paulo é muito complexa e profunda, e pode firmar as posições cristãs antes da metade do primeiro século.

CAPÍTULO 1
DEUS NO CENTRO
O pensamento de Paulo estava cercado de Deus, tudo o que ele tratava ele relacionava com Deus.

UM DEUS GLORIOSO
Paulo está interessado em diferentes tipos de poder e no fato de que, no fim, é somente Deus quem o confere. Todo poder e autoridade civil vêm de Deus (Rm 13-1-7).

A PREDESTINAÇÃO
Em Efésios logo no início vemos Paulo também falando sobre este assunto.
A predestinação não é para nos dar privilégios, mas para nos dar trabalho. Ela é um lembrete de que as boas obras não são opcionais para o crente, mas o próprio objetivo da sua predestinação.

DEUS JULGARÁ
Um dia Deus nos chamará para que lhes prestemos contas (Rm 3.19).
Os sofrimentos por que passamos são evidências do amor de Deus. Ele nos disciplina para evitar que soframos o destino dos mundanos. Devemos ter em mente que o julgamento faz parte do evangelho (Rm 2.16).
O pecado colhe o que plantou, pois os pecadores recebem, “em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (Rm 1.27).
Alguns rabinos pensavam que bastava ouvir a lei, e que todos os israelitas seriam salvos.

A SALVAÇÃO DE DEUS
Não devemos nos esquecer que Deus não poupou o seu próprio Filho, antes, por nós todos o entregou (Rm 8.32).
É importante entender que Paulo, quando diz que Deus salva, está querendo dizer que ele salva de uma maneira que é segundo a justiça. Esse é um aspecto da salvação que chamou a atenção dos reformadores, mas se perdeu em muitos escritos recentes, onde a ênfase tende a ser na libertação do poder do mal e em outras coisas do gênero.
A palavra propiciar significa “desviar a ira”, geralmente por meio de uma oferta.

A VIDA CRISTÃ
Paulo vê Deus interessado também nos indivíduos. Deus da boas dádivas a cada um dos seus. A atividade de Deus até mesmo vai além da sua atuação em seu povo e em favor deste.
Ao falarmos de trabalho, devemos enfatizar o que Deus faz no servo e não o que o servo faz ao servir. Assim Deus atua nos seus (Fp 2.13).

CAPÍTULO 2
JESUS CRISTO, O SENHOR
A palavra “Cristo”, naturalmente é a transliteração de uma palavra grega que significa “ungido”, assim como “Messias” é transliteração de uma palavra hebraica com o mesmo sentido.
Precisamos ter em mente que as cartas de Paulo, em sua maioria, foram dirigidas a pessoas do mundo grego da época, em que “Senhor” era aplicado muitas vezes não só a um nobre, mas a alguém mais exaltado – um deus.

CRISTO E DEUS
Paulo de muitas maneiras nos mostra o aspecto mais que humano de Jesus.
A morte, para nós, não é uma questão de escolha, mas de necessidade; para ele, foi resultado de obediência, e por isso mostra que há algo nele que é maior que seu caráter humano. Se ele tem o nome que é acima de todo nome, e se toda criação se curva diante dele e o confessa como Senhor, isso implica divindade.
O texto de Colossenses 1.15-20 diz que “a imagem do Deus invisível”. “Imagem” pode significar cópia. Mas a palavra também pode ser usada para indicar, não dessemelhança, mas semelhança. O termo primogênito indicava uma relação de importância, e esse é o sentido aqui. O filho é o mais importante de tudo o que existe, porque tem um relacionamento com o Pai que nada nem ninguém tem em toda a criação.

AS FUNÇÕES DIVINAS
Paulo concebia Cristo como alguém que vivia antes da encarnação (1 Co 10.4). E várias funções que ele atribui a Deus indistinvelmente atribui a Cristo.
Falar de Cristo como o “mistério de Deus” é coloca-lo na frente dessa obra de salvação; ele é o centro e o coração de tudo.
Fica claro que Cristo está no centro do pensamento de Paulo.

CRISTO É DEUS?
A passagem mais destacada é Romanos 9.5: “Cristo, que é Deus acima de todos, bendito para sempre!”, e também (2 Ts .12; Tt 2.13).

O AMOR DE CRISTO
Cristo morreu em amor, pela raça humana em pecado. Passagens falam deste amor de Cristo (Gl 2.20; Ef 5.2; 2 Ts 2.16; etc). Todas as demais coisas perdem importância quando comparada com este grande amor de Cristo, que se deu por nós, sendo ainda nós pecadores.

SALVAÇÃO E CRISTO
Cristo é o Salvador que esperamos do céu 9Fp 3.20; Tt 3.6), e a salvação é por meio dele (1 Ts 5.9; 2 Tm 2.10).
Paulo diz, que a redenção é “em Cristo Jesus” (Rm 3.24).

CAPÍTULO 3
A OBRA DE SALVAÇÃO DE DEUS EM CRISTO
ESCRAVOS DO PECADO
Paulo está dizendo duas coisas, primeiro o pecado não tem o direito de nos controlar (nós que somos feitos à imagem de Deus), e segundo, mesmo assim, ele assumiu o controle. Por isso é que, apesar de talvez servirmos á lei de Deus com nossa mente, nas atuais circunstâncias, na carne servimos à lei do pecado (Rm 7.25). Ele fala da “lei do pecado que está nos (nossos) membros” (Rm 7.23).

A CARNE
Se somos humanos, estamos na “carne”.
Apesar de Paulo talvez servir à lei de Deus com a mente, “segundo a carne” ele serve à lei do pecado (Rm 7.25).
É importante não entendermos que somente a “carne” necessariamente indica pecados grosseiros, principalmente os de natureza sensual. Esses podem estar incluídos no termo, mas “carne” também pode ser muito cerebral.

A LEI
A lei não nos traz salvação, mas prepara o caminho para ela. A lei nos mostra com clareza nosso pecado e, com isso, nossa necessidade de salvação. A lei existe para nos levar a Cristo.
As pessoas precisam ser libertas da lei. Mentalidade legalista é escravidão.

A CRUZ
Foi a morte expiatória de Cristo na cruz, e não sua vida exemplar que trouxe salvação aos pecadores, e Paulo nunca se cansa de enfatizar isso.
Paulo dizia que pregava a Cristo crucificado (1 Co 1.23). Ele estava decidido a “nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo crucificado” (1 Co 2.2).
A cruz de Cristo é o cerne do evangelho!

A JUSTIFICAÇÃO
Paulo trata deste tema principalmente em Gálatas, e Romanos. Justificação é basicamente um termo legal.
Paulo diz que somos justificados pelo sangue de Cristo (Rm 5.9). Somos justificados por graça (Tt 3.7).
Justificação significa que Deus nos colocou no estado correto, de modo que recebemos o veredicto de absolvição quando somos julgados.

UMA EXPIAÇÃO COMPLEXA
Paulo usa várias formas de explicar a obra da salvação em nós. Uma das maneiras é através da palavra “redenção” (Rm 3.24; 1Co 1.30; Gl 3.13). Este termo era usado originalmente em relação com o ato de resgatar prisioneiros de guerra. Redenção significa o preço estabelecido para libertar alguém (1 Co 6.20).
Outro conceito de Paulo é a “reconciliação” Reconciliação é uma categoria pessoal; significa fazer as pazes depois de uma briga ou de um estado de hostilidade.
Adoção é outra figura que Paulo usa (Rm 8.15; Gl 4.15; Ef 1.5). Na adoção, alguém que não pertencia a dada família era integrado nessa família como membro pleno, com todos os direitos e obrigações que faziam parte disso.

CAPÍTULO 4
A VIDA NO ESPÍRITO
O CAMINHO DA FÉ
Para Paulo, fé significa confiança, de todo o coração, em Cristo como aquele que morreu para nos trazer salvação.
Abraão foi aceito por Deus muito de ser circuncidado. A circuncisão era o selo da justiça pela fé que Abraão teve quando ainda não era circuncidado (Rm 4.11).
A fé é característica dos cristãos. A própria fé vem de Deus, pois a cada crente Deus concedeu uma “medida de fé” (Rm 12.3).

O CAMINHO DO AMOR
Deus não só tem amor por nós; ele também produz amor em nós. O crente não gera amor com seus próprios recursos.
Para Paulo, o amor não é algo sentimental. Ele tem um conteúdo ético. Também o sofrimento é a evidência, não de que Deus não nos ama, mas de que ele nos ama. Paulo vê como parte do amor de Deus por nós o fato de ele nos conduzir por tribulações, para fazer de nós o melhor que podemos ser.

O CAMINHO DA ESPERANÇA
Sete vezes Paulo falou da parousia de Cristo, termo que significava “presença” e passou a significar “vinda para estar presente”, “chegada”.
Em vez de se voltar para dentro, como as outras formas de judaísmo após a perseguição por Antíoco Epifânio, o cristianismo assumiu a tarefa de preparar o nascimento de uma nova era para a humanidade mudando a mente das pessoas.
Para Paulo, o fato da parousia é que é importante, não sua data exata.

SEGUNDA PARTE
OS EVANGELHOS SINÓTICOS E ATOS

Optei por analisar os evangelhos um a um. Isso nos permite ver não só o que Jesus disse e fez, mas também como cada evangelista entendeu o que ele disse.
Cada evangelista tem sua própria perspectiva teológica, e o esforço de transmitir a vida de Jesus é a razão porque os evangelhos foram escritos. Alguns críticos destacam tanto o papel da igreja ao manusear a tradição incorporada nos evangelhos, que Jesus é reduzido à insignificância. Fica claro que muitas coisas que Jesus disse e fez nos são ocultas, o que sobreviveu foi porque era lembrado pela igreja como algo importante. Creio que o evangelho nos transmite a essência do que Jesus disse e fez.

O EVANGELHO DE MARCOS
Marcos diz inicialmente que seu relato é sobre “Jesus Cristo, Filho de Deus”. Ele mostra interesse pela palavra evangelho, deixando cloro seu relato sobre as boas novas que Jesus trousse. Isso se faz necessário que respondamos de acordo “arrependei-vos e crede no evangelho” (1.15). Arrepender-se é encarar o fato de que fizemos o que não deveríamos ter feito e não fizemos o que deveríamos ter feito. O evangelho faz exigências. Este evangelho deve se pregado “em todo o mundo” (14.9)
Fica evidente que há um conflito com o mal. Jesus foi tentado por Satanás (1.12-13). Marcos não menciona o jejum de 40 dias de Jesus, ele se concentrou na tentação. Por onze vezes Marcos menciona conflitos de Jesus com “espíritos imundos”. As boas novas incluem a derrota presente do mal.
Os rabinos possuíam discípulos, mas não os escolhiam; em contraste Jesus chamou seus discípulos. Jesus não era apenas mais um rabino; ele era único, e ser seu discípulo era especial.
Marcos mostra que Jesus era totalmente humano e era o poderoso Filho de Deus.

JESUS, O HOMEM
Em sua recepção na cidade d Nazaré (6.1-6) fica claro o Jesus humano, pois conheciam toda a sua família. Marcos também relaciona algumas emoções muito humanas de Jesus, indignação (10.14), ira e tristeza (3.5). E não sabia o dia do fim (13.32).
Cerca de um quinto de seu evangelho é dedicado a ressurreição de Cristo. Ele registra seu grito de desespero (15.34). Entenderemos melhor Marcos quando virmos que ele é um teólogo da cruz.
Apesar de Marcos enfatizar que Jesus era um Mestre; ele omite a maior parte do ensino de Jesus.

O FILHO DE DEUS
Marcos inicia seu evangelho declarando Jesus ser o Filho de Deus (1.1); e termina relatando a mesma coisa (15.39). Até os espíritos maus reconheciam Jesus ser o Filho de Deus (3.11); e Deus Altíssimo (5.7). Quando o sacerdote o interrogou perguntando se ele era o Cristo, ele respondeu: Eu Sou. (14.61-62).

O FILHO DO HOMEM
Jesus refere-se a si mesmo como o “Filho do homem”. Porém não é fácil explicar o significado desta frase. Parece-nos que Jesus usou esta expressão para ressaltar aspectos da obro que veio realizar. Ele teria adotado este título porque não tinha influência nacionalista e raro, e dava um tom de divindade.
Podemos discernir três grupos de declarações sobre o termo. O primeiro fala da autoridade de Jesus, como o Filho do homem, em seu ministério público. O segundo olha para o fim desta era e vê o Filho do Homem com autoridade nesta ocasião. E o terceiro grupo se refere a sua inferioridade e sofrimento. Marcos assim, mostra que o termo denota a majestade de Jesus e sua posição inferior.

O CRISTO
Cristo significa “ungido” em grego e seu equivalente em hebraico é “Messias”. Durante seu ministério houve ocasiões em que Cristo manteve oculto o seu messianismo e em outras ocasiões ele manifestava, baseado nisto criou-se um certo “segredo messiânico”. Evidentemente o uso que Marcos faz do “segredo” é complexo.
Uma das formas propostas para se resolver esta questão, seria partir da premissa que antes de seu destino se cumprir, e diante de pessoas sem discernimento, ele não podia nem negar nem admitir que era o Messias. Marcos nos deixa claro que Jesus era o Messias.

O REINO DE DEUS
Os sinóticos em si trazen-nos que o ensino favorito de Jesus era a respeito do reino de Deus. O reino esta ligado estreitamente as boas novas e a vinda de Jesus. O reino disse Jesus pertence às crianças e as que são como elas (10.14-15). É difícil um rico entrar no reino (10.23-25) pelo fato das riquezas representarem a tentação do materialismo e da autoconfiança.
No reino o mais importante é o amor.O conhecimento do reino não é algo claro nem esta a disposição de todos (4.10-12). Marcos vê a consumação do reino como uma ocorrência futura (14.25). Em suas parábola Jesus mostra como que o reino começa pequeno e no final toma grandes proporções.

A FÉ
As primeiras exigências que Cristo nos faz ao segui-lo é: arrependimento e fé (1.15). Através da fé manifestada pelas pessoas Jesus atendia suas necessidades (5.34;10.52). Jesus disse: Tudo é possível ao que crê (9.23). Jesus não esta a procura de gigantes, e sim de pessoas humildes, que confiem nele.
Jesus repreendeu a falta de fé dos discípulos (40; 11.22).

O SENTIDO DA CRUZ
No evangelho de Marcos a cruz ocupa o lugar central. Marcos nos mostra que esta morte não era normal, nem mesmo a execução. A cruz nos mostra o sentido “resgate” (10.45). Para Marcos o fim não é uma tragédia terrível, mas um grande triunfo.

CAPÍTULO 6
O EVANGELHO DE MATEUS
Mateus contém grande parte de seu livro voltado para o ensino de Jesus, o que o diferencia bastante de Marcos. Outro fator que diferencia é a quantidade superior de parábolas que contém em Mateus.
Este evangelho possui um “sabor de judaísmo”, pelo numero de citações do A.T. Mateus nos mostra que o evangelho e não a lei é o centro. Durante toda a história da Igreja o evangelho de Mateus tem tido um lugar de destaque.

O COMEÇO DO EVANGELHO
A introdução deste evangelho é ímpar, apresentando a genealogia de Jesus começando por Davi. Mateus surpreendeu a colocar quatro mulheres na genealogia. Pelos nomes citados na genealogia Mateus nos mostra que entre os ancestrais de Jesus encontram-se pecadores. Uma curiosidade é que as mulheres que Mateus menciona eram gentias, e isto em uma genealogia judaica! Fica claro que o evangelho aponta a salvação para o mundo todo.

JOÃO BATISTA
João veio para preparar o caminho para Jesus. Ele era asceta rigoroso, profeta que convocava as pessoas ao arrependimento (3.2). O conteúdo de seu ensino era que outro viria e maior do que ele. O próprio Jesus declarou a respeito de João que ele era o Elias prometido (11.14; 17.10-13).
Jesus disse a seu respeito que entre os nascidos de mulher não havia maior (11.11).

A PESSOA DE JESUS
Desde o início Mateus nos mostra que seu evangelho esta tratando sobre Jesus. Mateus começa com o nascimento incomum e termina com a ressurreição de Jesus. Mateus inúmeras vezes registra o cumprimento das profecias na vida de Jesus.
Através dos milagres Jesus mostrava que Ele é o Filho de Deus, e quem tinha percepção espiritual observava que nos milagres Deus estava atuando de maneira especial. Jesus vivia em grande comunhão com Deus, e chamava ele diversas vezes de Pai. .

O FILHO DE DEUS
Mateus faz maior uso do termo que Marcos. Mateus nos mostra logo no início uma profecia de Oséias: “Do Egito chamei o meu Filho” (2.15). Jesus nos diz que tem intimidade especial com o Pai, a ponto de dizer que da mesma forma que o Pai o conhece ele também conhece o Pai (11.27).

O FILHO DO HOMEM
Mateus concentra este título no último período do ministério de Jesus. A expressão está ligada à visão que Jesus tem da sua missão, que englobava não só sofrer pelos pecadores, mas também, no fim, ser exaltado.
Jesus deixa transparecer que este título não era comum ao dizer: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” (16.13); se fosse, Jesus teria dado a resposta. Após Pedro compreender a Pessoa de Cristo este termo se torna muito mais freqüente, apontando assim, para sua morte. Mateus através deste título nos da a certeza da volta do Filho do Homem, mas não a hora.

O CRISTO
Mateus repete quase todas as referências que Marcos nos dá a Cristo. Entretanto, Mateus tem referências próprias.
O sumo sacerdote ao interrogar a Jesus perguntou:... “tu és o Cristo, o Filho de Deus” (26.63); ele fez esta pergunta não para obter a informação, mas porque a alegação de Jesus de ser o Cristo poderia ser interpretada como rebelião incipiente contra os romanos. Pois um “messias” podia ser argumentado, é um personagem político, líder de uma rebelião, assim inimigo de Roma.

O FILHO DE DAVI
Davi sem dúvida nenhuma foi ímpar como rei de Israel, e assim o “Filho de Davi” se tornou, com isso, um título de elevada honra, e também como título “messiânico”. Pelo fato de Davi ter sido um grande guerreiro esperava-se que o “Filho de Davi” também o fosse, e esta expectativa aumentava devido estarem sobre opressão romana.
Para Mateus Jesus como Messias é maior que Davi.

O REINO
Mateus diferente de Marcos e Lucas prefere o termo “reino dos céus” do que “reino de Deus”. A maioria dos estudiosos concorda que os dois termos tem o mesmo significado, mudando apenas o foco.
Em todo o evangelho, Jesus é uma pessoa gentil e simples, e diz que os que tiverem as mesmas qualidades é que entrarão no reino. Há várias parábolas que enfocam o valor inestimável do reino, e se enfatiza que o reino não é conquistado pelos nossos méritos, e sim pela graça de Deus.
Jesus possuía uma forma toda especial de ensinar, e alguns se atrapalham ao tentar encaixar seu ensino com algum modo já existente. Em especial sua mistura de presente e futuro era surpreendente. É melhor reconhecer que ás vezes Jesus falava do reino como algo presente e outras vezes como algo futuro. Num sentido muito importante o reino chegou junto com Jesus.

AS PAÁBOLAS DO RENO
Nos evangelhos sinóticos Jesus faz um grande uso de parábolas para ensinar. Em Mateus tem um registro especial das “parábolas do reino”. Onze vezes Mateus usa a frase: “O reino dos céus é semelhante a...”. As parábolas usam um método que leva o ouvinte a confrontar-se com o reino de Deus. E também requer das pessoas uma resposta pessoal, levando-as a tomar uma decisão.

A PAIXÃO
Em todos evangelhos esta claro que a parte mais importante é a ressurreição. A partir da confissão de Pedro a respeito de quem era Jesus, Mateus relata que deste ponto Jesus começou a predizer sua morte e ressurreição claramente (16.21). Mateus passa a enfatizar o cumprimento das Escrituras, especialmente ao detalhes ligados à morte de Jesus.
O fato de Jesus ter sofrido um”abandono” na cruz expresso que Mateus registrou em conformidade com Marcos: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (27.46). Isso nos diz que pelo fato de Jesus ter sofrido este “abandono”, nós pecadores não precisaremos experimentar.
A morte de Jesus não aconteceu devido às acusações infundadas dos fariseus e de Pilatos, mas porque era à vontade de Deus. Mateus deixa claro que os romanos consideraram Jesus inocente e não quiseram executa-lo. Foram os judeus que exigiram que Jesus fosse morto.

SER DISCÍPULO
Cada discípulo que Jesus chamava, ele os chamava para o segui-lo de todo o coração, e isso fica claro pois deixavam tudo para seguir a Jesus. Os discípulos de Jesus ao contrário dos discípulos das escolas rabínicas, eram testemunhas de uma pessoa, não guardiãs de uma tradição.
O preço a ser pago para se tornar discípulos era carregar a cruz de Cristo, metáfora muito clara da morte para o egocentrismo. Os discípulos devem enfrentar as dificuldades que encontrar e prosseguir seguindo seu mestre. Ser discípulo significa aprender.

A MISSÃO DOS DOZE
Jesus comissionou certa feita os doze as “ovelhas perdidas da casa de Israel” (10.6). Nessa ocasião Jesus concedeu autoridade sobre demônios e doenças (10.1-8). Eles iriam como ovelhas para o meio de lobos (10.16). Caso se envergonhassem de Cristo diante das pessoas, ele terá vergonha deles diante do seu Pai celestial. (10.32-33).

A IGREJA
Mateus é o único dos quatro evangelistas que usa a palavra “igreja” (ekklesia). Através da confissão de Pero, sobre quem diziam ser Jesus, Jesus que “...tu és Pedro (petros), e sobre esta pedra (petra) edificarei a minha igreja...” A igreja será edificada sobre a rocha, ou seja JESUS.
Aos discípulos em geral foi transmitida a autoridade “ligar e desligar” as pessoas ao céu (18.18).

CAPPITULO 7
O EVANGELHO DE LUCAS E ATOS
A DOUTRINA DE DEUS

Os estudiosos em geral estão de acordo que o escritor destes doiis livros foi Lucas, e isto é importante, pois seu conteúdo representa um quarto do total. Lucas pelos seus escritos é considerado um historiador, e também um grande teólogo. Sua preocupação básica e teológica e não história, não importa o quanto lhe sejamos devedores pelas informações históricas que nos transmitiu.

O DEUS PODEROSO
No inicio de seu evangelho lemos “o poder do Altíssimo” que viria a Maria (1.35). E Deus ungiu a Jesus com poder (At 10.38), e o Filho do Homem virá numa nuvem, “com poder e grande glória” (21.27).
Em geral o que é impossível aos homens é possível a Deus (18.27). O poder de Deus é potente para trazer salvação.

O REINO DE DEUS
Assim como nos outros evangelhos o reino de Deus é um ponto importante para Lucas. A aproximação do reino é algo muito sério. Rejeitá-lo uma calamidade.
Entrar no reino custa caro. Mas vale muitíssima a pena: haverá bênçãos multiformes aqui e agora, e vida eterna depois.

DEUS AGIU EM CRISTO
Deus agiu em Jesus de uma maneira muito especial. Em suas curas e milagres Jesus agiu “porque Deus estava com ele” (At 10.38). Assim ele era o Filho de Deus, Ele também era o Cristo “de Deus” (9.20; 23.35). Jesus buscava orientação de Deus antes de fazer suas escolhas.
Jesus foi “exaltado a destra de Deus” (At 2.33). Tudo o que Jesus fez, ele o fez porque Deus estava agindo nele e por meio dele.

DEUS AGE NOS CRENTES
Deus não só agiu em Jesus, mas também nos crentes. Este Deus que Lucas relata, estar interessado em seu povo e disposto a agir no meio deles. Através de seu Espírito Ele fala com seu povo (At 10.19; 1.12). Não foram os apóstolos que fizeram a obra, mas Deus.
Paulo sempre tinha o cuidado de dizer “se Deus quiser” (At 18.21).

DEUS, MEU SALVADOR
Deus estava em ação na obra da salvação realizada na cruz. A idéia da condenação do pecado leva á idéia da morte de Cristo pelo pecado. Pessoas más levaram Jesus à cruz, mas fizeram apenas o que Deuis havia determinado (At 4.27-28).
Na igreja primitiva vemos que o Senhor ia acrescentando diariamente os que iam sendo salvos (At 2.47).

O GRANDE AMOR DE DEUS
Certamente Deus cuida de sua criação desde os animais até os seres humanos.. Uma das formas de vermos o amor de Deus é através do perdão. Jesus também sendo Deus possuía este atributo. A humanidade sendo pecadora, pode contar com a misericórdia de Deus. Quando um pecador se achegava aos pés de Jesus com sinceridade obtia perdão, assim também conosco hoje.

CAPÍTULO 8
O EVANGELHO DE LUCAS E ATOS A DOUTRINA DE CRISTO

Lucas nos fornece alguns episódios da infância de Jesus, que os outros evangelhos não relatam (2.40; 52). Também enfatiza (não tanto quanto Marcos) a humanidade de Jesus (7.9; 17.41; 13.34; 4.16; 6.12). As pessoas trataram a Jesus como um homem.
FILHO DE DEUS E FILHO DO HOMEM
Para Lucas, “o Filho de Deus” significava que a relação de Jesus com o Pai é especial. Alguns exemplos da expressão (9.35; 4.41; 22.70; At 9.20; At 13.33).
Da mesma forma com “o Filho do Homem”. Lucas apresenta o termo em tr~es circunstâncias: no exercício de seu ministério público; no seu sofrimento e na sua segunda vinda em glória.

FILHO DE DAVI
Mateus nos apresenta o título “Filho de Davi” em suma importância, já Lucas usa apenas três vezes a expressão, mas usa o nome Davi em grande quantidade (1.69; 2.4,11; 3.31; 6.4; At 1.16; At 2.25; At 2.31, 34; 4.25, atc.). Davi foi usado por Deus para sua geração de acordo com a vontade de Deus. Mas, foi Jesus, a quem Deus ressuscitou.
Lucas parece enfatizar mais a relação entre Jesus e Davi. Lucas vê o plano de Deus nitidamente projetado nas palavras de Davi.

O CRISTO
Este título não é o mais usado por Lucas, mas com certeza é o mais cheio de significado. Lucas é o único a nos informar que os primeiros seguidores de Jesus receberam o epíteto de “cristãos” (At 1.26; cf. 26.28). Lucas sempre usa este título para se referir a “o Cristo”. Ele dá muito destaque ao “nome”de Cristo. Na antiguidade o nome tinha uma importância maior. Resumindo no nome aquilo que a pessoa era. “Cristo” esse nome é poderoso.

O SENHOR
Este é o título que mais Lucas atribui a Jesus. Este termo era aplicado para as pessoas de posição elevada e também aos deuses. Na tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego chamada Septuaginta o nome divino “Javé”, foi usado como circunlóquio (rodeio de palavras) para Senhor. Assis usando “kyrios” tanto para traduzir Javé como para referir-se a Jesus, o coloca no mesmo nível de Javé, sem põem o identificar com ele.

OUTROS TÍTULOS
Com freqüência Lucas chama Jesus de Mestre (9.38; 10.25). Ele também foi chamado de “Salvador” em seu nascimento (2.11; At 5.31; 13.23), salvação esta do pecado e suas conseqüências.
Outro título que lhe foi atribuído foi o de “Príncipe” (At 5.31). As vezes Lucas se refere a Jesus como rei (19.38; 23.3, 37, 38, 42). Também o vê como o “servo” de Deus (At 13.26; At 4.27, 30). Outro termo é o “Justo” (At 3.14; 7.52; 22.14).
Pedro o vê nomeado por Deus para ser o “Juiz de vivos e de mortos” (At 10.42). Chamado também de “profeta” (7.16, 39; 9.8, 19; 13.33). Jesus era a própria boca de Deus.

CAPÍTULO 9
O EVANGELHO DE LUCA E ATOS
DEUS E A NOSSA SALVAÇÃO
A grande verdade é que Deus trouxe salvação para pessoas que não a merecem. Lucas se distingue dos escritores dos evangelhos, pois em Atos, ele mostra a continuidade do plano de Deus. Nos mostrando aspectos maravilhosos da salvação.

O PLANO DE DEUS
A cruz ao invés de mostrar a derrota de Deus, mostrou o cumprimento de seu plano. Na verdade foi o que “a mão e o propósito” de Deus “predeterminaram” (At 4.28). Os planos de Deus estão em execução desde tempos imemoriais. Nada pode interferir os planos de Deus.
Deus também tinha um plano para Paulo, em suas viagens missionárias. O intervalo entre a ascensão e a parousia faz parte do plano de Deus; ou seja, tempo de salvação.

A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
Aquilo que Deus fez em Jesus ocorreu dentro de um amplo contexto histórico. Se destacando dos outros evangelistas devido a isto. Através de suas referências a lugares governadores e reinados, Lucas nos transmite muitos dados históricos importantíssimos. Toda história tem um lugar dentro do plano de Deus.
A salvação nada tem de mística, sem relação com a realidade. Ela se baseia com fatos históricos. Lucas prossegue narrando a história da igreja até que Paulo, chega a Roma. A história é o palco em que Deus executa seu plano, e para Lucas Jesus está bem no centro desse palco.

A RESPONSABILIDADE
É fácil dizermos que Caifás, Pilatos e seus companheiros foram os responsáveis pela crucificação de Jesus. Mas conforme o Novo Testamento nos mostra, temos parte nesta culpa. Nenhum outro século crucificou novamente a Cristo de modo mais claro do que o século vinte.
Responsabilidade quer dizer julgamento – julgamento pelos padrões mais elevado e perante os mais altos tribunais.

O ARREPENDIMENTO
Todo o Novo Testamento nos orienta a abandonar o pecado, e Lucas destaca a necessidade do arrependimento. João Batista convocava as pessoas para um “batismo de arrependimento” (3.3; a 13.24; 19.4). Jesus disse “Não vim chamar justos, e sim pecadores o arrependimento” (5.32).
Quando há arrependimento, há alegria no céu (15.7,0). Arrependimento é o fim do pecado. Pedro disse em seu sermão “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado...” (At 2.38), e em seu sermão seguinte “Arrependei-vos e convertei-vos..” (At 3.19). Deus concedeu aos gentios “arrependimento para vida” (11.18).

A CENTRALIDADE DA PAIXÃO
A paixão é o clima do evangelho d Lucas. A partir de 9.51 Lucas tem a cruz em mente. E desde então o ensino de Jesus é direcionado para sua paixão. Parece, que para Lucas, Jerusalém é a cidade do destino, o lugar em que Deus efetuaria a obra de redenção na paixão do Senhor, o local em que o Espírito seria concedido, a cidade em que a igreja teria o seu início.
No relato da crucificação o evangelho de Lucas é o que nos fornece mais informações.

O SENTIDO DA CRUZ
Vemos Jesus como “Servo”, humilhado na cruz e exaltado por Deus no cumprimento do seu supremo serviço pelo ser humano. Sua morte tem virtude expiatória ilimitada. É a vida que flui de Deus, e vida em Deus que ele disponibiliza.
A morte de Jesus foi vicária, ele firmou uma nova aliança em sua morte e seu povo deve ter isso constantemente na lembrança através de uma celebração litúrgica solene. Sem dúvida o calvário foi a maneira escolhida por Deus para proporcionar salvação aos pecadores.

CAPÍTULO 10
O EVANGELHO DE LUCAS E ATOS
O ESPÍRITO SANTO

Fica claro nos escritos que enquanto que em outras religiões o espírito divino vinha sobre algumas pessoas, os cristãos compreenderam que o Espírito de Deus vem sobre todos os crentes. Os pagãos pensavam que a presença do espírito divino era conhecida por várias formas de êxtase, os cristãos percebiam sua presença por seu “fruto” na conduta ética.

JESUS E O ESPÍRITO SANTO
No momento da encarnação vemos que o Espírito Santo estava atuando (1.35). Cristo ao contrário de João batizaria com “o Espírito Santo e com fogo” (3.16). Ser batizado no Espírito Santo significa receber o Espírito como no Pentecostes (At 2.33).
O Espírito Santo esteve com o Jesus o tempo todo, dando início ao seu ministério no batismo, e guiando-o ao deserto. Depois Jesus “no poder do Espírito, regressou para a Galiléia” (4.14).
O próprio Jesus na sinagoga declarou “o Espírito do Senhor está sobre mim” (4.18-21).

O PENTECOSTES
Lucas registra a passagem onde Jesus diz que, concederá o Espírito Santo ao que pedir. (11.13). De maneira completa este derramar se deu em Atos 2, onde todos foram cheios do Espírito Santo (At 2.4). A vinda do Espírito Santo transformara aqueles cristãos.
Algumas passagens dizem que: Ficaram cheios do Espírito Santo; Vir sobre; cair; concedeu; recebia.Por todo o livro de Atos vemos os apóstolos, diáconos e servos do Senhor serem dirigidos em todas as coisas pelo Espírito Santo.

CAPÍTULO 11
O EVANGELHO DE LUCAS E ATOS
OS DISCÍPULOS
Sem dúvida Deus em Jesus Cristo espera de nós uma resposta. E também uma dedicação total (5.28). Ser discípulo significa amá-lo de tal maneira que o maior amor deste mundo parece ódio, quando ambos são comparados.
Uma pergunta que deve nos ser feita é: Você consegue ser discípulo”, e Você pode deixar de ser?.

UM PADRÃO DE VIDA
Paulo em muitos aspectos de sua vida podem nos servir de padrão. Um exemplo foi sua resposta ao chamado. Devemos sempre buscar servir ao Senhor, busca-lo, teme-lo, louva-lo, e glorifica-lo.
A fé sem dúvida é muito importante. Ela é a essência do caminho cristão, nos leva para fora de nós mesmos e para dentro de Cristo.

O UNIVERSALISMO
Provavelmente Lucas era gentio. Talvez por isso enfatize a salvação a todas as raças. A mensagem dos anjos aos pastores é de “paz na terra” (2.14), não simplesmente em Israel. Em sua genealogia Lucas começa com Adão (3.38) pai de todos.
Lucas fala-nos muito sobre os samaritanos, e o grande interesse de Jesus por eles. Depois de ressuscitar Jesus mandou seus discípulos fossem suas testemunhas em Jerusalém, Judéia, e para surpresa dos judeus em Samaria.
Em Atos vemos a igreja apenas em Jerusalém, até que veio a perseguição e os dispersou por todo o mundo.

AS MULHERES
Em termos gerais as mulheres da antiguidade eram consideradas menos importante que o homem, e comparando com hoje eram muito discriminadas. Um exemplo é que os rabinos não recebiam mulheres como discípulas. Elas viviam com muitas limitações e enfrentavam diversas dificuldades.
O posicionamento de Jesus foi revolucionário. Ele curava as mulheres, conversar com elas, aceita-las entre os seus seguidores.
Lucas nos mostra outras mulheres como, a da viúva de Naim (7.11-17) , a mulher corcunda (13.10-13), a que enxugou os seus pés com seus cabelos (7.36-50), a viúva (21.1-4), a mulher com hemorragia e da filha de Jairo, etc...
Leva-se a crer que as mulheres tinham um papel expressivo na vida da primeira igreja.

AS CRIANÇAS
Em geral no mundo antigo as crianças tinham pouca importância. Mas Jesus de importava com elas (8.41-56; 9.38-43; 9.47).
Graças ao interesse de Lucas pelas cr4ianças, podemos conhecer a infância de João Batista, e de Jesus. Deus pensa nas crianças assim como pensa nos adultos.

OS DE MÁ REPUTAÇÃO
Os pastores formavam uma classe desprezada, devido a sua vida nômade. Os cobradores de impostos também eram desprezados, devido à geralmente cobrar mais do que o devido.
O chamado de Jesus é para todos, e há esperança pra as pessoas por piores e desprezadas que sejam.

OS INDIVÍDUOS
Apesar de o evangelho ser de cunho universal, ele nunca perde de vista o indivíduo. Basta somente observarmos a quantidade de citações de nomes próprios, tanto de pessoas usadas por Deus, quanto de pessoas de má fama. Aos olhos de Deus todos têm valor.

A ORAÇÃO
O exemplo do mestre Jesus esta muito claro neste evangelho, Lucas nos mostra Jesus constantemente orando. Jesus também nos ensinou como orar (11.1-4). O crente não consegue viver a vida cristã com suas próprias forças, por isso deve buscar forças em oração. Oração verdadeira não pode ser egoísta.

ALEGRIA PARA O MUNDO
Temos a tendência de apresentarmos uma fé muito séria, e sem alegrias nesta vida. Buscamos sempre enfatizar as alegrias celestiais.
Em seu evangelho Lucas nos apresenta vários cânticos, o de Zacarias (1.46-55), Simeão (2.29-32), e outros (2.14; At 16.25). “Bem aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir” (6.21). Sem dúvida a vinda de Jesus é motivo de grande alegria e gratidão.
Apesar de Deus grandioso, ele se alegra quando um pecador se arrepende. Os discípulos transbordavam de alegria e do Espírito Santo (At 13.52). Ninguém costuma ficar alegre quando sofre, mas a alegria dos primeiros cristãos era tão profunda que nada os podia abater (At 5.41).

A ESCATOLOGIA
Ao contrario do que alguns pensam Lucas teve interesse pelos acontecimentos futuros. Muitos elementos em seu evangelho não contém nos outros. Pelo fato de Lucas relatar as coisas de seu jeito não significa que ele não dá importância a escatologia. Ele não esta simplesmente repetindo o que outros membros da igreja já disseram.

A PALAVRA
Lucas nos fala sobre, a palavra, palavra do Senhor, a palavra de Deus, palavra da graça, palavra da salvação, palavra do evangelho. Mostrando seu interesse pelo tema.
A proclamação da palavra de Deus é importante, mas não devemos deixar de preserva-la.

TERCEITA PARTE
OS ESCRITOS JOANINOS
Tradicionalmente o evangelho de João, suas três cartas e Apocalipse são atribuías ao apóstolo João. Temos que ter em mente que, com exceção do Apocalipse, todos esses livros eram anônimos, e Apocalipse, apesar de dizer que o nome do autor é João, não diz qual João. O enfoque deste estudo não é quem escreveu o livro, mas sim seu conteúdo.

CAPÍTULO 12
O EVANGELHO DE JÃO
A DOUTRINA DE CRISTO

De modo geral este é o evangelho mais importante, e mais discutido. Este é um livro sobre Jesus.

JESUS É O CRISTO
João nos diz que o motivo dele ter escrito seu evangelho é para que creiamos que “Jesus é o Cristo” (20.31). O fato de as profecias do Antigo Testamento estarem se cumprindo em Jesus é parte do que João está propondo.
Poucas vezes Jesus afirmou ser o messias antes de seu julgamento, e uma destas vezes foi para a mulher no poço. A mulher afirmou que algumas coisas eram alçada do Messias quando ele viesse, e a isso Jesus respondeu: “Eu o sou, eu que falo contigo” (4.26).
Em geral os judeus estavam enganados de como seria o Messias,k e por isso não reconheceu a Jesus quando esteve com eles.Quando os judeus exigiram de Jesus uma resposta direta ao fato dele ser ou não o Messias, ele respondeu “Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito” (Jo 9.27).

O FILHO DE DEUS
João ligo o termo “o Filho de Deus” na declaração do propósito do seu evangelho (20.31). Quando João aplica o termo filho a Jesus, ele lhe dá o sentido mais amplo possível. João Batista deu testemunho de que Jesus era o Filho de Deus (1.34).
O Filho de Deus traz salvação (3.16; 3.17; 5.21; 5.28-29; 8.36). O Filho de Deus se mostrou muito superior ao Messias que os judeus esperavam.

O FILHO DO MOMEM
João utiliza este título em menor número que os evangelhos sinóticos, e se encontra ligado geralmente a salvação que Cristo trouxe, ou sua relação com o céu.

AS AFIRMAÇÕES COM “EU SOU”
Existem sete passagens em que “eu sou” tem um predicado, e esse é um dos aspectos mais apreciados do evangelho de João.
“Eu sou o pão da vida” (6.35,48). Não que ele dê esse pão; ele é esse pão.
“Eu sou a porta das ovelhas” (10.7); “Eu sou a porta” (10.9).
“Eu sou o bom pastor” (10.11).
“Eu sou a ressurreição e a vida” (11.25).
“Eu sou a videira verdadeira” (15.)
Existem passagens também onde Jesus usa o “eu sou” sem o predicado.:
“crer que eu sou” (8.24).
“sabereis que eu sou” (8.28).
“Antes que Abraão existisse, eu sou” (8.58).
“Sou eu. Não temais!” (6.20).
Lógico que é possível buscar interpretar estas passagens de forma humana, mas pelo fato de João usar este tipo de linguagem ao se referir a Jesus, esta tentando nos mostrar algo de especial na pessoa de Jesus.

O TESTEMUNHO
João é o escritor que mais vezes usa este verbo. Logo no inicio de seu evangelho ele diz que João Batista veio “como testemunha” (1.7). A função de João Batista era dar testemunho de Jesus. O próprio Jesus disse que João Batista deu testemunho dele. Deus também deu testemunho de Jesus (5.32; 5.37 cf. 8.18).
Jesus declarou que seu testemunho vem das alturas (3.31-32).
A lei judaica dizia que um auto testemunho não era válido, e neste evangelho Jesus recebe testemunho de diversas pessoas.Tudo o que Jesus fazia e dizia tinha que ser aprovado pelo Pai, caso contrário não tinha validade. Podemos dizer que Deus, por assim dizer, declarou-se publicamente em risto.
Em seu julgamento diante de Pilatos, Jesus resumiu toda a sua missão em termos de testemunho: “Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade” (18.37).
Hoje a igreja através do Espírito Santo esta dando o seu testemunho. O testemunho humano também é muito importante, através da proclamação do evangelho as pessoas.
No final de seu evangelho narra: “Este é o discípulo que dá testemunho a respeito dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (21.24). Esse deve ser o papel de todos os seguidores de Jesus, ao receber o Espírito (15.27). Quando testemunhamos os feitos de Jesus algo de bom acontece (4.39; 12.17-18).

OS SINAIS
Apesar que os sinóticos usarem a palavra dynamis (ato de poder, obra poderosa) quando se referem aos milagres de Jesus, João nunca usa este termo. Ele usa duas palavras semeion (sinal) e ergon (obra).
Jesus desaprova aqueles que o seguem por causa dos sinais (4.48). Apesar de alguns virem a crer devido aos sinais (2.11). Nos sinais as pessoas viam a glória de Deus. Nicodemos disse que ningém podia fazer os sinais que Jesus fazia se Deus não estivesse com ele (3.2). João disse que escreveu sobre os sinais para que as pessoas pudessem crer.

O JESUS HOMEM
Apesar de alguns estudiosos argumentarem que Jesus era ima espécie de “o Deus que anda pela terra”, João nos deixa transparecer um quadro diferente, mostrando na verdade um Jesus muito humano (4.29; 5.12; 7.46; 9.16; 1.47). O próprio Jesus disse ser humano (8.40).
Vemos características da humanidade de Jesus quando o vemos cansado (4.6), sede (4.7). Todo o estilo de vida de Jesus é humano.

CAPÍTULO 13
O EVANGELHO DE JOÃO
DEUS COMO PAI
De maneira disparada João usa o vocábulo Pai, em relação aos outros evangelhos.

O PAI E O FILHO
É no envio do Filho e no que Deus fez por meio do Filho que vemos o que significa o fato de Deus ser Pai. Logo no inicio de seu evangelho vemos que João faz ligação entre o Logos e Deus (1.1, 18). Ele procede de modo especial do Pai (1.14), ele “está no seio do Pai” e revelou o Pai (1.18). A palavra “seio” indica intimidade e afeto, e aqui mostra que ele vem a nós do próprio coração de Deus.
Jesus possui um relacionamento especial com o Pai, somente ele viu a Deus (6.46). O Pai e o Filho em certo sentido, são um (10.30). Conhecer o Filho significa conhecer o Pai (8.19; 14.7; 16.3). Não é de admirar que Cristo diga: Ninguém vem ao Pai senão por mim (14.6). O elo entre o Pai e o Filho é o amor. O pai ama o Filho (3.35; 5.20; 10.17), e o Filho ama o Pai (14.31).

A MISSÃO DO FILHO
João deixa claro que o Pai enviou o Filho. Jesus não apareceu simplesmente. Jesus disse “Não vim de mim mesmo, mas ele me enviou” (8.42). Jesus também disse que a sua comida é fazer a vontade daquele que o enviou (4.34). Ele não esta sozinho “Aquele que me enviou está comigo” (8.29).
O Pai “santificou e enviou” Jesus “ao mundo” (10.36).

UM GRANDE DEUS
João apresenta a Deus como Todo Poderoso, sempre deixando claro que a iniciativa em nossa salvação é de Deus.
Deus “tem vida em si mesmo” (5.26), e isso não significa tão-somente que ele está vivo. O mundo continuaria existindo mesmo que nenhum de nós nunca tivesse nascido.
Deus sempre usa seu poder de modo justo.

OS FILHOS DO PAI
Seus filhos nascem não de ato humano, mas “de Deus” (1.12-13). Alguns devido a suas atitudes mostram que são filhos do Diabo (8.44). Demosntramos ser filhos de Deus, quando nossas obras são “feitas em Deus”. (3.21).


A ESCATOLOGIA
João enfatiza o presente, mas se nota que ele se preocupava com o futuro também (5.21-22; 5.45; 6.39,40,44,54; 5.28-29).

CAPÍTULO 14
O EVANGELHO DE JOÃO
DEUS COMO O ESPÍRITO SANTO
João começa com o testemunho de João Batista, que viu o Espírito Santo “descer do céu como pomba e pousar sobre Jesus” (1.32). O Espírito Santo não só deu início ao ministério de Jesus, com esteve com ele durante todo ele.

O ESPÍRITO DA VERDADE
João fala muito da verdade, e deixa claro que a verdade tem uma ligação estreita com Jesus e com o que ele está fazendo (14.6). O Espírito esta ligado a verdade de Deus, ele é “o Espírito que transmite a verdade”.
Aqueles que adoram o Pai devem faze-lo “em verdade” (4.23-24), e Jesus é “a verdade” (14.6); “o Espírito da verdade”, portanto, liga o Espírito ao Pai e ao Filho. O Espírito conduzirá os discípulos em toda a verdade (16.13). O Espírito apenas continuará o ensino que Jesus deu.

A PRESENÇA DIVINA
O Espírito estaria com os apóstolos para sempre (14.16). Essa presença é algo que pertence aos que são de Deus e somente a eles. Jesus disse claramente sobre o Espírito que o mundo não o recebe “nem pode”; ele não o vê nem o conhece (14.17).

CONVENCENDO O MUNDO
É o Espírito que “convence” o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16.8). É preciso que o Espírito Santo aja em nosso coração para que nos vejamos como realmente somos – pecadores, pessoas que infringiram a lei de Deus e são culpadas diante dele, que têm de dizer: “Não fizemos o que deveríamos ter feito e fizemos o que não deveríamos ter feito”.

O PARÁCLETO
Parácleto literalmente significa “chamado para o lado de”, com um pedido de ajuda subentendido. João mostra o Parácleto ensinando os apóstolos (14.26), estando sempre com eles (14.16) e dando testemunho de Jesus (15.26). Ele é quem “convence” o mundo, ou seja, ele tem a função de promotor, não de defensor. O Espírito está preocupado com as questões do fim, além das coisas que importam aqui e agora.

O ESPÍRITO NA IGREJA
Quando a Igreja é guiada pelo Espírito, ela pode declarar com autoridade quais pecados são perdoados e quais não. A declaração não deve ser feita pelo sacerdote ao penitente individual, mas pela igreja ao mundo.
O Espírito capacita a igreja a declarar com autoridade o que Deus fez na questão do perdão ou de reter pecados.

CAPÍTULO 15
O EVANGELHO DE JOÃO
A VIDA CRISTÃ
João esta interessado no que esta envolvido em nossa decisão de viver a vida cristã, e também na maneira pela qual entramos na nova vida possibilitada pelo que Deus fez em Cristo.

A VIDA ETERNA
Geralmente no Antigo Testamento quando se fala de “vida” se refere desta vida presente em que se deve gozar a bênção de Deus. Mas existem indícios deste assunto como quando o salmista diz que as pessoas más recebem sua recompensa apenas nesta vida (Sl 17.14).
A idéia de que o povo de Deus estará com ele numa vida que nunca termina desenvolveu-se entre os judeus no período intertestamentário. A palavra que traduzimos por “eterna” significa literalmente “que pertence a uma era”.
Quem ouve a palavra de Jesus e crê naquele que o enviou “tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (5.24). Jesus veio “para que tenham vida e a tenham em abundancia” (10.10). João não deixa a seus leitores nenhuma dúvida quanto à centralidade da vida eterna.
É preciso via a Cristo para ter vida (5.40); é preciso crer nele (3.16, 36; 6.40); é preciso comer sua carne e beber seu sangue (6.53-54).

A FÉ
Para João a única maneira de apropriar da salvação é crendo. É interessante que João nunca usa o substantivo fé, e sim o verbo crer. De vemos entender a fé no conceito de João, comum compromisso integral que tornava o crente um só com Cristo, estando dentro dele.
Muitas vezes se diz que fé significa confiança em alguém, não a concordância intelectual com um conjunto de proposições. Contudo, há também o conteúdo intelectual da fé, e não entenderemos o que João está dizendo enquanto não virmos isso.
Fé, como João a entendia, é mais do que confiar em Jesus como um bom mestre e uma boa pessoa. Inclui aceitar certas verdades sobre ele.

O AMOR
O que é maravilhoso no amor de Deus é que ele é derramado sobre quem não tem méritos e não o merece (Jo 3.16). É com um amor realmente muito grande que o Pai nos ama, amor determinado por sua natureza de amor, não por algum mérito nosso.
Morrer por seus amigos, como Jesus fez, é mostrar um amor maior que qualquer outro. A cruz testemunha do amor de Jesus por nós.
O amor de Deus e Jesus por nós requer que correspondamos a este amor (14.15, 23, 28; 16.27). Se amarmos a Cristo procuraremos fazer aquilo que o agrada.

O PECADO
O pecado tem muita importância para João. A vida eterna, que tanto significa para ele, pode ser entendida em termos de perdão dos pecados.
Nem todos os pecados estão no mesmo nível.
A vinda de Jesus evidenciou o pecado no mundo. Carecemos da ação do Espírito Santo em nós para nos tornar cientes de que somos pecadores (16.8).

A LUZ
A luz e a vida que os judeus viam em Deus, João vê no Logos. A função da luz é brilhar nas trevas (1.5). A escuridão do mundo precisa de nossa luz que recebemos através de Cristo que é a luz do mundo (8.12; 9.5).
Muitos odeiam a luz e não se aproximam dela para que seus atos não fossem desmascarados (3.20).

A VERDADE
A verdade é uma qualidade do que se diz (verdadeiro em oposição a falso), ou do que se é (real em oposição ao aparente). Em João a verdade é ligada a Deus, cuja palavra “é a verdade” (17.17).
A verdade esta ligada intrinsecamente a Jesus (18.37; 1.14; 1.17). Pilatos perguntou: “O que é a verdade?” (18.38). Jesus podia dizer: “Eu sou [...] a verdade” 914.6).

OS SACRAMENTOS
É interessante notar que João não menciona nenhum dos dois sacramentos: ceia e batismo.

CAPÍTULO 16
AS EPÍSTOLAS DE JOÃO
DEUS COMO PAI
Destaca-se de forma especial a ligação entre Deus e Jesus Cristo e a ligação entre Deus e seu povo.
Os cristãos que receberam 1 João estavam evidentemente confusos a respeito de “espíritos”. Existiam pessoas que se declaravam “inspiradas” e, por isso, supunham que seu ensino tinha de ser aceito.
Negar o Filho significa que não temos o Pai, ao passo que confessar o Filho é ter o Pai (2.23).

JESUS CRISTO
A atitude em relação a Jesus Cristo é decisiva. Alguns achavam que Cristo não poderia ter encarnado, não concebiam a idéia de um Deus abitar em um corpo.
Negar que Jesus é o Cristo de Deus ou o Filho de Deus é rejeitar o Deus que nos amou com o amor que vemos no Calvário. O Pai e o Filho são inseparáveis (1Jo 2.23).
João ensina em que não só o batismo, más também a cruz de Cristo é importante. Foi à morte, não o batismo, que retirou o pecado. (1Jo 1.7).

VIDA CRISTÃ
Jamais descobriremos o que o amor significa se partirmos do lado humano. Temos de partir da cruz, onde vemos o amor de Deus, não pelos atraentes, devotos ou merecedores, mas pelos pecadores, aqueles que, sem o ato propiciatório do Filho, experimentariam apenas a ira de Deus.
Podemos ver a vida cristã como a negação do “mundo”. É trágico trocar o que é sólido pelo que é superficial, o que é eterno pelo que é temporal.

CAPÍTULO 17
APOCALIPSE DE JOÃO
O estilo de literatura (apocalíptica) do livro Apocalipse faz com que o entendimento de nós leitores do século 21 encontremos algumas dificuldades em compreender seu significado.
João escreveu para uma pequena igreja, perseguida, e que corria perigo de ficar desiludida. Este livro assim foi um grande estímulo para aquela igreja. É como que João quisesse lhes dizer “Vocês estão vendo só um pedaço do quadro. Se pudessem olhar além da cortina, veriam que Deus está executando o seu propósito e, na hora que lhe for apropriada, ele derrotará o mal completamente. A salvação conquistada no Calvário não deixará de atingir seu alvo final”.

O SENHOR GLORIOSO
A primeira visão de João é do Senhor em toda a sua glória (1.12-20). A medida que a narrativa avança, vê-se que o livro é o livro do destino humano, e a visão quer dizer que o Cordeiro está no controle de tudo. O escritor sempre coloca o Cordeiro no mesmo nível de Deus. João não quer que seus leitores tenham a menor dúvida quanto à grandeza de Jesus.
Cristo abriu para o seu povo um destino glorioso.

DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
Deus não pode ser descrito; só podemos nos prostrar diante dele, em profundo temor. A pequena igreja não deve ter nenhuma dúvida de que Deus é poderoso e fará sua vontade, quaisquer que sejam os planos dos tiranos da terra.
Em todo a seu livro ele destaca a soberania de Deus, e quando chega ao seu ponto culminante, ele contempla a derrota definitiva de todas as forças do mal.

DEUS E SEU POVO
Fica evidente que João tem a idéia de que Deus cuida dos seus e lhes dá a revelação de que precisam para passar por suas dificuldades. Deus conhece em tudo o que seu povo está fazendo; ele conhece os seus fracassos e sucessos, e lhes dá a benção (2.7; 3.12).
Um reino pressupõe um rei; portanto, os salvos são colocados sob a soberania de Deus; eles não são salvos para uma vida de ócio, mas de serviço.

QUARTA PARTE
AS EPÍSTOLAS GERAIS
CAPÍTULO18
A EPÍSTOLA AOS HEBREUS
Esta epistola se restringe às áreas de interesse judaico e seu conceito de Cristo como grande sumo sacerdote é exclusivo.

UM GRANDE DEUS
Fora de dúvida ao depararmos com este livro vemos que seu autor não questiona a grandeza de Deus. A benção de Deus vem não pelos merecimentos do ser humano, mas por causa da sua decisão de abençoar. Ele faz suas promessas e as cumpre.

SACERDOTE COMO MELQUISEDEQUE
O autor diz três vezes que Cristo é um sacerdote ou sumo sacerdote como este homem (5.6, 10; 6.20). Temos somente informações de que ele era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo; ele trouxe pão e vinho a Abraão quando este retornou da vitória na batalha, o abençoou e recebeu dele uma décima parte dos despojos (Gn 15.18-20).
O fato de Deus ter chamado Cristo para ser um sacerdote como este e ter jurado que ele seria sacerdote “para sempre” significa que o sacerdócio de Cristo não pode ser substituído. Ele permanece para sempre. Melquisedeque, nos ajuda a ver que a obra de Cristo como sacerdote é maior do que a dos sacerdotes levitas.

UM GRANDE SUMO SACERDOTE
O sacerdote precisa ser um representante genuíno daqueles por quem ele é sacerdote. O fato de Jesus ser nosso sumo sacerdote mostra que ele era plenamente humano, sem isso ele não seria um representante genuíno, mas é fato que ele é realmente um conosco.
A maior ênfase em Hebreus é que Cristo apresentou um sacrifício de si mesmo, e que esse sacrifício é perfeita e permanentemente eficaz. O mais importante ELE SACRIFICOU A SI MESMO DE UMA VEZ POR TODAS (7.27).

A NOVA ALIANÇA
Na Nova Aliança o caminho que Jesus abriu de acesso a Deus não dependia da obediência a um código externo. A lei de Deus estava escrita no coração dos que são dele. Ela é interior. E, no fim, não são os seus méritos que lhes proporcionam a salvação, mas o perdão que Jesus obteve derramando o seu sangue.
A aliança antiga servira ao seu propósito e fora descartada em Cristo. A aliança nova, no entanto é eterno.

A SOLUÇÃO PARA O PECADO
O pecado contamina, mas Jesus removeu a contaminação completamente. A morte de Cristo removeu a ira de Deus. O autor diz que Cristo ofereceu, “para sempre, um único sacrifício pelos pecados” (10.12).
O pecado é “aniquilado” pelo sacrifício de Cristo (9.26). e Jesus trouxe redenção (9.15).

NOSSA RESPOSTA Á OBRA DE CRISTO
Em Hebreus, a fé olha para o futuro; é a confiança audaz que parte em direção ao invisível e desconhecido, na plena certeza de que Deus fará seu servo vencer.
Os sofrimentos pelos quais os cristãos passam não são horrores sem motivo, mas disciplina proposital de um Pai amoroso.

CAPÍTULO 19
A EPÍSTOLA DE TIAGO
FÉ E OBRAS
Tiago enfatiza uma vida cristã ativa. Devido a afirmação de Tiago “A fé sem obra é morta” (2.26), tem levado alguns estudiosos a compreender mal a teologia de Tiago.
Não devemos nos esquecer que Tiago não despreza a fé (2.1; 5; 1.6; 5.15). Ele pressupõe com isso que a fé é importante, e sua pergunta não é: É preciso ter fé? Mas: Quando a fé esta viva e quando está morta?.

CAPÍTULO 20
A PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO
Quando Pedro escreveu esta carta seus destinatários corriam o perigo de sofrer simplesmente eram cristãos. Os cristãos podem sofrer simplesmente por fazer o bem, pois quando alguém sofre por fazer o bem é que recebe a aprovação de Deus (2.20).

O SUPREMO PASTOR
Pedro chama a Jesus de “pastor e supervisor das vossas almas” (2.25), e “supremo pastor” (5.4).
A morte de Cristo foi ao mesmo tempo resgate e sacrifício, e tudo o que foi prefigurado nos sacrifícios antigos foi realizado em Cristo.

A VIDA CRISTÃ
A salvação, certamente, é uma posse para o presente. Mas também será revelada no último tempo (1.5). Nós nascemos de novo, não de semnete corruptível, mas incorruptível (1.23). Não devemos seguir as paixões carnais (2.11).
Cristo toma as pessoas menos promissoras e as transforma em santos de Deus.

CAPÍTULO 21
A SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO
A fé, os crentes devem acrescentar virtude, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor (1.5-7). Devem viver em santidade e devoção enquanto esperam a volta de Cristo (3.11-12).

OS FALSOS MESTRES
Pedro nos diz que os falsos mestres “renegam o Soberano Senhor que os resgatou” (2.1). Estes “mestres” haviam se desviado da fé.

CAPÍTULO 22
A EPÍSTOLA DE JUDAS
Judas em seu escrito era dirigido a enfrentar hereges que se esforçavam na tentativa a enganar os fiéis. Para Judas, os falsos mestres não tinham entendimento, compactuavam com o erro a fim de obter lucros e não tinham conteúdo; por essas razões receberiam um castigo severo (10-13).
No fim, Judas espera que Deus, em Cristo, nos impeça de cair e, assim, nos apresente sem maculos diante dele (24-25).


CONCLUSÃO
Os ensinos transcorridos durante este trabalho de resumo do livro, pode-se dizer que constituem o patrimônio comum da igreja, ou seja fazem parte do cristianismo autêntico, e esses ensinos precisam ser defendidos com muita firmeza, tanto agora quanto em qualquer outra época.
Particularmente me agradei das posições teológicas adotadas por Leon Morris, esboçando um ponto de vista conservador, e em suas notas de rodapé nos mostrando algumas vezes como alguns “teólogos” liberais tem tratado os assuntos decorridos buscando dar interpretações que quase sempre busca desraigar dos textos bíblicos o sobrenatural.

Um comentário:

  1. Querido irmão, este texto é de minha autoria e foi extraído do portal www.creiaemjesus.com.br. Fique a vontade para divulgá-lo desde que informe a fonte e o autor.
    Danilo Moraes
    Mestre em Teologia pela FTBSP

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